COMUNICAÇÃO

segunda-feira, 6 de abril de 2015

O orvalho da vida eterna

 O fim não significa a destruição das moléculas da vida na sua totalidade, pois os sonhos não podem findar após uma noite repleta de pesadelos, que venha a noite seguinte, o dia não é feito apenas de promessas, mais também de realizações, o corpo que abraça é o mesmo que agride, as palavras que tira a paz podem ser as mesmas que confortam, tudo pode ser relativo a sabedoria de cada ser humano.

Certa vez, no descanso da noite demorada, estava eu a dialogar com a minha própria sombra, onde na oportunidade descobrir que até a noite mais escura pode ser luz para a alma daqueles que tem fé, somos filhos da perfeição, embora tenhamos mais amor pelo padrasto do pecado, muitas das vezes não percebemos o infinito ciclo do orvalho que nasce, no frio ou no silencio da solitária noite escura, que no decorre das horas vem a lua para que ilumine o processo natural, sendo que na coreografia das horas vem a melodia da criação, em uma planta se forma gotículas de esperança, logo se faz água da serena madrugada, passando a existir e ate então oculto aos olhos do homem as gotículas do orvalho, após o nascer do sol da vida, o calor da existência terrestre faz com que ele desapareça aos olhos dos incrédulos, mais ressuscite sempre que o coração da fé pulse na almas dos seres de luz.

Muitos olham e enxergam apenas o desfazer das moléculas da vida, aquele orvalho se desfez com o calor do sol da manhâ desejada, mais eu olho e vejo uma melodia conservar a esperança de um breve retorno, pois aquela evaporação fez parte de um lindo ciclo de vida, na madrugada vindoura deitarei na ansiedade de ver mais uma vez a formação daquele orvalho no jardim, daqueles que anseia por fragmentos de eternidade em suas efêmeras vidas, sou aquele que acredita que o horizonte não se limita ao por do sol atrás da montanha, o limite é o céu, o sonho faz parte de nossa caminhada, muitas vezes o orvalho se sacrifica para que no fim da tarde dos seres pensantes, uma chuva se faça esperança naqueles que não mais conseguem senti-la.

Somos parte de uma constelação, mais só conseguimos ser visíveis quando se olha com o coração, ou com os olhos do amor, não mais temo o sol da manha prometida, pois sei que de tanto ansiar pelo fim da noite escura, me sentir feliz em desintegrar da matéria dos seres pensantes, para integrar com as forças reluzentes do sol da vida.

Autor: Isaías Oliveira 2015

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